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A internet realmente tem um dubialidade incrível... Ela ajuda muito quando encontramos postagens sérias mas, atrapalha sobremaneira quando não filtramos alguns comentários. Eu fiz o método sleeve que é uma técnica menos restritiva e com menos déficits nutricionais, em contrapartida, a perda de peso é mais lenta e o percentual de peso perdido geralmente é menor... Porquê escrevi isso? Porque assim que sai do hospital entrei logo em grupos de Whattapp, Facebook para poder entender melhor as coisas, para ver se as pessoas sentiam o mesmo que eu, para saber se elas tinham perdido a mesma quantidade de peso. Quer saber?? Hoje com três meses e meio sai de todos... Somos únicos, nossos medos, anseios e expectativas também. Não que os grupos não nos acrescente, mas o filtro tem que está ligado o tempo todo... Minha experiência?? Passei quase 30 dias com cólica renal, uma dor insuportável do lado esquerdo próximo ao umbigo e todos do grupo diziam ser gases. Mas você podia ter procurado s
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A memória visual, olfatória e gustativa que temos em relação a comida será alterada drasticamente. Sabe quando você chega num restaurante vê aquela disposição maravilhosa das comidas na estufa, o cheiro quase te carrega para mais próximo dos pratos e que ao servir a boca chega a salivar?? Pois é, tudo se desfazerá após a terceira garfada. Dependendo de como foi cozido, se engoliu antes da quadragésima terceira mastigada ou por pura falta de espaço, enfim... Alimentar já não é mais prazeroso, a hora "sagrada" da refeição já não trás alegria, satisfação. Ninguém quer ser gordo, todo mundo quer caber numa calça manequim trinta e oito, mas, todo mundo quer comer, precisa comer... Historicamente, vemos a comida ligada a fartura, saúde, riqueza... O fato de não poder comer nos remete à doença, incapacidade... Lidar com esses conceitos é difícil e doloroso. Entender que por querer ser saudavel e feliz precisamos abdicar de prazeres menores. Menores???  Desde quando saborear u
Antes torcia para que quando saísse de casa ninguém reparasse que a roupa estava apertada, ou que continuava ganhando peso. Torcia para ser invisível... Agora minhas preocupações mudaram um pouco, até porque hoje atraio olhares curiosos que ficam loucos para me ver chegar e repetir sempre a mesma frase:"E aí!? Já perdeu quanto??". Acho que ficam me observando tentando encontrar alguma coisa para poder comparar; um tipo" antes e depois". Engraçado de tudo é quando os encontros são gastronômicos... Já ouvi tanta barbaridade, tantos comentários. Desde os famosos " você pode comer isso??, ou só cabe esse tanto?... " , até " ia te chamar mas, como ia ter comida achei que você não ia ficar confortável. " Peraí.... Entendam, ninguém vive de luz. Até onde sei os humanos ainda não fazem fotossíntese e independente do tamanho do estômago elas obrigatoriamente vão comer. A restrição alimentar maior é nos primeiros trinta dias. Nada insuportável... P
Tenha em mente sempre uma coisa: Não vai ser fácil... Antes de fazer a cirurgia me baseava em fotos de antes e depois e ficava encantada. Achava que todos os problemas daquelas pessoas tinham acabado e que todo mundo devia passar obrigatoriamente por isso, para viver melhor. Hoje, com quase 40 dias pós cirúrgico,  depois de entrar em vários grupos via Whatsapp ou Facebook, percebo que aquelas fotos são só parte de um processo bem trabalhoso. Por trás daqueles sorrisos e informações tipo: "tantos quilos off", estão pessoas que comem e se entalam, que ousam comer um docinho de festa e mesmo com mais de anos de operada ainda sofrem com dumping, que sente frio em excesso, que continuam insatisfeitos agora com quelóides e ou excessos de pele... Não se enganem, por trás do sorriso das fotos tem uma grande dose de alívio, missão cumprida, e "ufa, tá dando certo..."
As coisas são confusas e estão confusas... Sinto fome que não é fome, sinto alegria que se transforma em tristeza, sinto medo que se transforma tem certeza... Vou explicar porque... A fome, como disse antes, é vontade de comer, que não passa tão facilmente. Não é fácil explicar para você mesma que não gosta das coisas que gostava antes. Abrindo um parênteses:  quando a cirurgia foi aprovada eu quis me despedir das comidas, confesso que foi a maior burrada que fiz. Hoje vejo as coisas e tento me convencer que não gosto ou não quero, mas é mentira. Apesar que eu finjo bem... Sinto alegria por ter dado um passo importante para o fim da obesidade que se transforma rapidamente em tristeza por não ver isso acontecer tão rápido... Abrindo outro parênteses: A expectativa que temos ao fazer essa cirugia é que vamos correr risco de vida, ficar completamente vulnerável, mas que depois de 10 dias estaremos num corpo novo, 20 quilos mais magra. Não é tão simples... Você continua gorda e tudo é
Conselho se fosse bom ninguém dava, mas como sou um pouco atrevida, vou ousar em dar um: Nunca deposite suas expectativas em ninguém. Não espere que as pessoas fiquem felizes por você. Assim você com certeza não se frustra... No dia da cirurgia cuidei em contar para poucas pessoas, levando em conta o tal conselho que um dia me deram. Muita expectativa, muita ansiedade, muito medo muito tudo e pronto... Como assim, pronto!?? Isso mesmo, pronto... Tudo se desfez em fração de segundos, tudo se apagou e virou uma tela negra... Acordei olhei para o relógio de parede no outro lado da sala e vi que marcava doze e meia. Já tinha acabado e eu estava sem entender como pôde ser tão rápido... Passei a mão sobre a barriga e senti dormente, pude sentir também cinco curativos pequenos sobre o abdômen. Era isso, começaria ali uma outra parte da minha vida e de repente percebi que começaria com dor. Foi quando levantei a mão e sinalizei para enfermeira que uma dor insuportável me invadia. Em po
Para quem um dia pretenda fazer essa cirugia, gostaria de esclarecer que o processo não é demorado. Claro, que cada caso é um caso. Mas, vou tentar resumir levando em consideração o meu processo. Quando a redução me foi sugerida, não tinha plano de saúde, então meu primeiro passo foi providenciar um. Os planos de saúde demoram seis meses para liberar essa cirurgia( caso plano empresarial) ou dois anos( plano particular). Fiz o plano pelo CROMG então garanti que depois de seis meses me fosse liberado tal procedimento. Perto de quatro meses e meio de plano, dei início ao processo. Foram em sequencia: primeiro cirurgião, onde ele te avalia e olha se você está apta a fazer a bariátrica, para isso exige-se que se tenha um IMC ( índice de massa corporal) igual ou superior a 40. Isso para quem não tem nenhum problema de saúde associado ( no caso, eu que não pego nem gripe). Para quem tem outros problemas de saúde é outra história... Assim que o cirurgião te avalia tá dada a largada para 
Depois de 24horas de hospital me declararam apta a voltar para casa. É bom voltar, já que dentre meus medos, o de morrer na cirurgia era um deles... Cheguei em casa e, senti fome... Como pode?? Deixei oitenta porcento do meu estômago lá no hospital e os vinte por cento que eu trouxe para casa me dá uma dessas... Hora difícil, identificar o que é fome e o que é vontade de comer... O aconchego da casa, o ambiente confortante, sessão da tarde, friozinho, netflix todas essas coisas te dão vontade de comer... Parece óbvio, mas não tenha dúvidas que não é. Condicionamos nosso cérebro uma vida inteira a confundir fome com vontade de comer e  desvencilhar isso é bem tenso. Foi meu primeiro desafio em casa. O segundo foi explicar para o meu cérebro que eu demoraria cerca de 20 a 30 minutos para tomar um copinho de café de 50 ml com água, já que a só dois dias atrás eu gastaria esse mesmo tempo para tomar 600ml de refrigerante. Percebi, em muito pouco tempo que talvez eu precisasse de
Durante todo o processo tive medo, dúvidas questionamentos e me perguntei por vezes se era realmente isso que eu queria para mim. A obesidade é uma muleta e as vezes, sim, uma muleta conveniente. Sempre culpei tudo de errado na minha vida pelo fato de ser gorda. Sempre usei esse fato como desculpa de muita coisa. Como vai ser agora?? Como vai ser quando não for mais gorda?? A culpa vai ser minha?? E se depois da cirurgia eu não emagrecer?? E se eu morrer?? Como fica meu filho?? O que as pessoas vão pensar?? Essas eram só umas das perguntas que ainda martela minha cabeça. Uma coisa é certa, vou descobrir vivendo, já fui longe demais para desistir agora...
Não foi fácil decidir, havia dentro de mim um preconceito enorme contra essa cirurgia. Sempre vi na televisão pessoas imensas, com grau de mobilidade super comprometido antes de serem submetidas as tais operações. Por mais q estivesse gorda, não conseguia me ver assim. Tinha uma série de conceitos errados, e quando me foi sugerido a cirurgia só me  faltou cavar um buraco e me enfiar nele de tanta vergonha. Primeiro pensei: Que ousadia me ser proposto isso, quem ele acha que é!?? Depois pensei: Meu Deus, a que ponto cheguei... Comecei então a ler sobre o assunto sem olhares preconceituosos tentando entender o porquê de tal proposta. Li, li, li e percebi que era triste, mas eu tinha sim indicação para tal procedimento. Agora era encarar os fatos e ver qual seria a melhor forma de realizá-lo tendo em vista meu pequeno pânico de morrer.